A história da Feitoria do Cacao é também a história de duas mulheres separadas por oceanos, culturas e percursos de vida, mas unidas por uma mesma paixão: o desejo de criar chocolate com autenticidade, justiça e sabor verdadeiro.
Tomoko Suga, japonesa, e Susana Tavares, portuguesa, encontraram-se pela primeira vez não numa plantação de cacau, mas sim na cidade Aveiro. [Toda a historia da Sue de Viana] , Entraram num curso de chocolataria profissional. Uma formação que exigia dedicação total ao universo do cacau — e que, sem saberem, acabaria por selar o início de uma jornada comum.
Nascida e criada no Japão, Tomoko Suga traz consigo a minúcia e o rigor característicos da cultura nipónica. Viajada, apaixonada por sabores autênticos e processos artesanais, Tomoko descobriu no chocolate bean‑to‑bar um universo onde poderia expressar sensibilidade, estética e técnica.
A sua atenção ao detalhe, sensibilidade gustativa e enorme respeito pelos ingredientes tornaram-na a parceira ideal para construir uma marca assente na qualidade e no respeito pela origem.
Susana Tavares, portuguesa, sempre demonstrou um olhar curioso e comprometido com o mundo à sua volta. Viajou, observou, estudou — e foi em São Tomé e Príncipe que viveu o momento que mudaria o rumo da sua vida: ao ver que os produtores de cacau não sabiam o sabor do chocolate feito com os seus próprios grãos, decidiu que tinha de agir.
O que poderia ter sido apenas um curso tornou-se o berço de um projeto de vida. A empatia entre Tomoko e Susana rapidamente evoluiu para uma parceria de confiança mútua, alimentada pela vontade de fazer diferente — e fazer bem.
Ambas compreendiam que o chocolate de verdade nasce no respeito pela origem, pela terra e pelas pessoas. Ambas queriam um projeto que fosse além do produto: queriam uma missão.
Assim nasceu, em Aveiro, a Feitoria do Cacao, com um propósito claro: transformar o cacau em chocolate com alma, preservando o que ele tem de mais puro e valorizando cada etapa do processo.
Em 2015, lançaram o projeto. Não havia moldes, nem exemplos em Portugal de produção bean‑to‑bar. Mas havia uma convicção inabalável. Entre máquinas importadas, testes de receitas, muitos erros e outros tantos acertos, nasceu a primeira tablete.
A escolha de Aveiro não foi apenas geográfica. Era simbólica: uma cidade onde o artesanal e o autêntico ainda têm lugar. E ali, numa pequena fábrica com cheiro a cacau torrado, começou a ganhar forma um dos mais respeitados projetos de chocolate artesanal da Europa.
O segredo do sucesso da Feitoria está também na complementaridade entre as fundadoras:
Juntas, equilibram arte e ciência. Sensibilidade e rigor. Intuição e técnica.
Quando provamos uma tablete da Feitoria do Cacao, não estamos apenas a saborear cacau de excelência — estamos a provar a história de duas mulheres que ousaram fazer diferente. Que olharam para o cacau não como produto, mas como património. Que se cruzaram e, juntas, criaram uma marca que fala de respeito, sabor e compromisso.